A 'Liga' dessa semana abriu uma discussão sobre o papel da mulher no funk
Nessa semana, o programa da Bandeirantes, A Liga, discutiu um tema atual e polêmico, a mulher no funk. Qual seria o papel da mulher nesse estilo de música muitas vezes polêmico ? Seria o ultimo grito de liberdade feminista ou seria apenas uma atitude vulgar ? A discussão ganhou repercussão.
Reprodução : Band |
aluna de Cultura e Territorialidades da UFF(RJ) e autora do polemico projeto My pussy é o poder, o fato das mulheres cantarem músicas eróticas e de duplo sentido de forma tão aberta como Tati Quebra-Barraco, Deise Tigrona e outras MCs é um grande passo, pois há uma inversão de sentidos e de lugares, onde o sujeito, que antes era apenas o objeto de desejo,ou seja, a mulher, agora pode se expressar abertamente. Sem dúvida devemos levar essa questão em consideração.
No entanto, quando analisamos as mulheres do funk e suas letras eróticas e sensuais (também chamadas de “putaria”) não podemos nos esquecer do risco da reafirmação de estereótipos da mulher como objeto, além de questões de classe e raça, já que, muitas vezes, as vozes vindas da favela são vistas como menos legítimas, como o lugar da ignorância.
A influência nos jovens também é algo para se discutir, crianças de 8 anos são fãs e adotam posturas e danças de funk, no bailes, a maioria em algumas vezes são menores de idade, que se mantém à base de álcool. Até em escolas a pratica do funk em um ritmo mais erótico é praticada. Chegamos assim à uma conclusão que o funk é sim uma tendência entre os jovens, isso é algo indiscutível.
Jovem diz que músicas da MC Beyonce estimulam a pessoa à ser o que são, e diz que música da funkeira não é 'besteira' |
A funkeira MC Beyonce em uma das suas músicas diz algo um tanto quanto polêmico : já passei um pouquinho de óleo para não machucar o seu bum bum |
Também temos que ver o papel do homem nesse cenário, se as mulheres são tão criticadas por um lado, por outro são ovacionadas e desejadas pelo público masculino nos bailes. No programa A Liga (vídeo abaixo), no momento 05:17 um MC que banca cerca de 5 meninas em uma noite, disse que chega a gastar mais de R$ 4 mil com as garotas em uma noite de terça-feira, e logo após as meninas dizem que quanto mais o cara gastar melhor, e mais a frente no vídeo (06:37) dizem que só estão com esse rapaz pelo dinheiro.
Essa discussão que vem ganhando cada vez mais força e deve ser levada à todos os lugares, sexualidade é sim uma questão para se discutir. O papel que a mulher vem exercendo no funk, para algumas pessoas é extremamente deteriorante e pode substituir o papel real da mulher, que muitas vezes é de guerreira, batalhadora, dedicada, por um papel mais desvalorizado, como se fosse um simples pedaço de carne desejado por outras pessoas. E você, qual sua opinião ? Vamos abrir um dialogo saudável respeitando à todos, emita sua opinião abaixo.
Bruno Gontijo, com informações de Band