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| Imagem: Divulgação | 
A
 Diebold, empresa responsável pela fabricação das urnas eletrônicas 
usadas no Brasil, 450 mil no total, uma das principais fornecedoras de 
equipamentos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) graças a seguidos 
aditivos contratuais, vai ser obrigada a pagar multa de quase US$ 50 
milhões nos Estados Unidos, por determinação do Departamento de Justiça,
 por subornar funcionários na Rússia, na Indonésia e na China. A Diebold
 faturou US$ 3 bilhões ano passado e atua em mais de 90 paises. (OM)
 
 A
 empresa norte-americana Diebold, fabricante de urnas eletrônicas e de 
caixas automáticos para bancos, única fornecedora das 450 mil máquinas 
de votar que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE)  do Brasil emprega nas 
eleições brasileiras, foi multada esta semana em quase 50 milhões de 
dólares pelo governo dos Estados Unidos por subornar funcionários 
 estrangeiros e falsificar documentos na China, na Rússia e na 
Indonésia.
A
 empresa norte-americana Diebold, fabricante de urnas eletrônicas e de 
caixas automáticos para bancos, única fornecedora das 450 mil máquinas 
de votar que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE)  do Brasil emprega nas 
eleições brasileiras, foi multada esta semana em quase 50 milhões de 
dólares pelo governo dos Estados Unidos por subornar funcionários 
 estrangeiros e falsificar documentos na China, na Rússia e na 
Indonésia.
Por 
determinação do Ministério Público norte-americano, a Diebold pagará 
multa de US$ 48 milhões - sendo US$ 23 milhões para a Securities and 
Exchange Commission (SEC) e US$ 25 milhões para o Ministério da Justiça -
 e  terá também que se submeter nos próximos 18 meses a um monitoramento
  rigoroso de suas atividades  em troca do adiamento de uma ação penal 
que seria aberta pelo Governo.  No prazo de até três anos o Governo vai 
decidir se processa ou não a Diebold, por conta das acusações que pesam 
contra ela.
O Ministério 
Público  dos EUA reconheceu  que funcionários da Diebold cooperaram com 
as investigações federais, além de conduzirem rigorosa investigação 
interna. O porta-voz da empresa, Mike Jacobsen, confirmou que o acordo 
foi  "um passo importante para a empresa avançar." E acrescentou:  "É 
importante para a Diebold enfrentar tudo isto de frente, reconhecer sua 
responsabilidade e ir em frente", argumentou em nota escrita.
O acordo de acusação inclui provisões para executivos da Diebold e funcionários para
 que ajudem na aplicação da lei e na ação das autoridades reguladoras, 
inclusive para  eventualmente prestarem testemunhos perante um grande 
júri. O procurador federal Steven Dettelbach argumentou que as leis dos 
Estados Unidos são aplicáveis independentemente do país onde atuem e 
façam negócios as empresas do país.
"Empresas 
norte-americanas que paguem propina a funcionários públicos estão 
violando a lei dos Estados Unidos  estejam  em Cleveland, Ohio, ou em 
qualquer país do mundo ", disse Dettelbach. Acrescentou que as multas 
foram criadas também para punir eventuais propinas pagas no exterior, 
como no caso da Diebold que está sendo punida por ter, de certa forma, 
 "um padrão mundial de conduta criminosa".
Ele frisou: "Os lucros das empresas não podem ser colocados acima do
 Estado de Direito e esta penalidade, cerca de US$ 50 milhões,  serve 
para difundir a  mensagem em alto e bom som de que tal conduta é 
inaceitável”, disse Dettelbach.
“Esperamos que 
Diebold use esta oportunidade, inclusive seus controles internos, para 
monitorar o cumprimento do acordo fechado hoje, virando esta página em 
busca de uma cultura corporativa mais ética", concluiu Dettelbach.
O Procurador-Geral Adjunto, Mythili Raman, disse por sua vez
 que o combate à corrupção global é um dos pilares da missão do 
Departamento de Justiça norte-americano. "Através de suas práticas de 
negócios corruptos, a  Diebold minou o senso de fair play que é fundamental para o estado de direito prevaleça", disse Raman.
Segundo a 
investigação, entre 2005 e 2010, executivos e funcionários da Diebold, 
lotados na divisão Ásia-Pacífico pagaram 1,75 milhões de euros em 
subornos, presentes e viagens para dezenas de funcionários de bancos na 
China e na Indonésia, para garantir e manter negócios. A empresa tentou 
disfarçar os pagamentos de várias maneiras, inclusive através de 
terceiros designados pelos funcionários dos  bancos.
Já na Rússia, a
 investigação descobriu que funcionários da Diebold, durante quatro 
anos, criaram falsos contratos com um distribuidor por serviços que não 
se realizaram. A distribuidora usou o dinheiro da Diebold para pagar 
subornos para obter e manter contratos.
O caso foi 
investigado por agentes do  FBI com a ajuda da seção de fraudes do 
Departamento de Justiça. Segundo o site da  Diebold, a empresa emprega 
hoje 16.000 pessoas em 90 países, inclusive o Brasil,  e ano passado 
teve uma receita de US $ 3 bilhões. Esta não é a primeira vez que a 
Diebold enfrenta problemas com a Justiça dos EUA. Em 2010, três 
ex-executivos da empresa foram acusados de fraude contábil.
FONTE: The Sun (Ohio)